"Tenta te orientar pelo calendário das flores, esquece por um momento os números, a semana, o dia do teu nascimento. Se conseguires ser leve, aproveite, enche tuas malas de sonho e toma carona no vento."

Fernando Campanella

segunda-feira, março 31

Insanidades do sistema de "saúde" "daquele país sem nome" (os EUA, segundo Trufaut).






Ainda não vi o documentário “Sicko - SOS saúde”, mas li que o provocativo Moore faz uma bela radiografia da relação perversa e lucrativa do governo e as seguradoras de planos de saúde dos EUA.
Falta de humanidade total...
E o nosso Brasil como será que vai?
Aqui temos saúde pública gratuíta...
Imagina um diretor brasileiro assim que nem o Moore. Pelo menos, tema para os seus filmes é uma coisa que não faltaria.

Vou postar aqui uma reprodução retirada da internet sobre o polêmico documentário, na pressa não salvei a fonte!!
Mas vale a pena ler o artigo!!!

"Michael Moore volta a atacar em "Sicko - $O$ Saúde"

Reprodução

Estreou no dia (07) de março, o filme “Sicko - $O$ Saúde”, o novo documentário do polêmico Michael Moore, que desta vez, com toda sua ironia e manipulação, ataca o sistema de saúde americano.

O filme pretende mostrar o quanto a assistência médica dos Estados Unidos piorou. Moore mostra a história de famílias que faliram por causa das contas dos hospitais e até de pessoas que morreram, porque tiveram seus direitos à saúde negligenciados.

Mas em meio à assustadora situação e terrível cenário que o diretor demonstra em seu longa, como já fez em outros filmes e daquele jeitinho bem parcial, ele ainda consegue arrancar risos do público.

O auge é quando Moore leva sobreviventes do 11 de setembro a Guantánamo - ilha de Cuba onde fica um presídio americano, que, apesar de todos os maus tratos, suspostamente daria aos seus detentos um tratamento médico melhor que aos americanos.

Expert em criticar o governo Bush, Moore escolhe, como tema de seus filmes, fatos que pouco são divulgados pela mídia americana. E apesar de seus estilo parcial e manipulador, ele consegue tirar o sono de muitos representantes do governo e de multinacionais americanas."


Um grande abraço, Val

sábado, março 29

Equinócio de Outono, Páscoa, Meu níver!!!














Aconteceu o Equinócio de Outono onde quem se guia pela Mãe Natureza(solstícios e equinócios)foi o início do ano novo de 2008, no dia 20 de março com a entrada do Sol em Áries.
Veio a Páscoa, meu níver (43 anos bem vividos) e eu não consegui passar por aqui...
Que venha então 2008 com muita saúde e riqueza espiritual que o resto a gente corre atrás!!!
Carinhosamente, Val

sábado, março 15

CLOWNS











A LINGUAGEM DO CLOWN
por Gabriel Perissé

"O TEATRO INFANTIL USA DE MODO BASTANTE FREQÜENTE A LINGUAGEM DO CLOWN, MAS NO ENTANTO, POR VEZES COM UMA VISÃO UM POUCO RASA DO SIGNIFICADO DESTE PERSONAGEM "VERSO E REVERSO DA MESMA MEDALHA - O SER HUMANO" COMO DISSE FEDERICO FELLINI. ENTENDER MELHOR A COMPLEXA E RICA CONSTRUÇÃO DESTE PERSONAGEM, E A RELAÇÃO DO "BRANCO" E DO "AUGUSTO" PODE NÃO SÓ CONTRIBUIR PARA QUE OS ESPETÁCULOS APROFUNDEM SUAS ABORDAGENS MAS PARA O ENTENDIMENTO DESTAS FACETAS DO SER HUMANO.

Os clowns, personagens antigos do teatro e do circo, são caricaturas vivas do ser humano. Há diferentes tipos de clowns. Uma distinção clássica refere-se a dois tipos: o branco e o augusto. O clown augusto é o palhaço coadjuvante. É o bobão, o ingênuo, manipulado pelo clown branco, que encarna o “chefe”, o sabe-tudo.
Mas o clown branco acaba demonstrando seu lado fraco, o ridículo que habita em todos nós. E de repente o augusto surpreende, mostra-se genial, essa genialidade que também em todos nós se encontra adormecida. O clown representa a ordem rígida, o dever, e é de se destacar a coincidência de “branco” ter sido, no século XIX brasileiro, o tratamento de submissão que o sinhô recebia dos negros escravos. Subitamente, porém, nasce um Pelé.
Essa dupla, branco e augusto, pode ajudar a entender as relações sociais, e que papel cada um representa nesse cotidiano mais cotidiano, ao qual os artistas têm às vezes mais acesso do que os cientistas, assumindo os cientistas o papel de brancos, e o de augustos os artistas...
Fellini gostava de usar essa chave de interpretação. Para ele, Hitler era um clown branco. Mussolini, um augusto. Papa Pio XII, um branco. Papa João XXIII, um augusto. Freud, um branco. Jung, um augusto. O augusto é sonho, não é sério, arrisca, leva um tombo. O branco não brinca em serviço, cobra resultados, impera.
FHC é branco, Lula é augusto. O recém-falecido Enéas Ferreira Carneiro, o Dr. Enéas, era augusto (fazendo pose de branco). Paulo Maluf é branco, Jânio Quadros, augusto. Papa Bento XVI é branco, João Paulo II estava mais para augusto. Darcy Ribeiro era augusto, Antonio Candido é branco. Gilberto Freyre era augusto, José Guilherme Merquior era branco.
Vencemos o perigo do simplismo, se observarmos que há um branco escondido no augusto, e um augusto espreitando dentro do branco.
Em virtude de um desses movimentos curiosos da psiquê humana, é comum um branco virar augusto na presença de um branco mais branco — é o puxa-saco. E um augusto virar um branco chefete na presença de um augusto mais augusto. O subchefe é branco, chicoteando o augusto subalterno, mas se torna augusto quando vê o seu superior chegar.

O clown branco e o augusto são a professora e o menino, a mãe e o filho arteiro, e até se podia dizer que o anjo com a espada flamejante e o pecador. São, em suma, duas atitudes psicológicas do homem, o impulso para cima e o impulso para baixo, divididos, separados.
O filme [I Clowns] termina com as duas figuras se encontrando e desaparecendo juntas. Por que comove essa situação? Porque as duas figuras encarnam um mito que está dentro de cada um de nós – a reconciliação dos opostos, a unidade do ser.
A dose de dor que existe na guerra contínua entre o clown branco e o augusto não se deve às músicas nem a nada parecido, mas ao fato de presenciarmos a algo que se liga à nossa própria incapacidade de conciliar as duas figuras. Com efeito, quanto mais procures obrigar o augusto a tocar violino, mais dará soprinhos com o trombone. O clown branco ainda pretenderá que o augusto seja elegante. Mas quanto mais autoritária seja essa intenção, mais o outro se mostrará mal e desajeitado.
É o apólogo de uma educação que procura pôr a vida em termos ideais e abstratos. Mas Lao Tsé dizia com acerto: Quando produzas um pensamento (= clown branco), te ri dele (=clown augusto).

Outra versão do par

Neste ponto, também podia citar a famosa antítese popular chinesa entre ying e yang, o frio e o sol, a fêmea e o macho, todos os possíveis contrastes. Podia-se falar de Hegel e da dialética, acrescentar que os augustos são, mais justamente, uma imagem subproletária do pátio dos milagres, com desnutridos, disformes, marginais, capazes talvez de revoltas, não de revoluções. É provável que o povo sempre os tenha tratado com confiança por causa de sua condição miserável, sentindo-se familiar ao abismo.
Os Fratellini foram os que introduziram um terceiro personagem, o "contre-pitre", parecido ao augusto, mas que se aliava ao patrão. Era o vigarista de rua, o espião, alcagüete da polícia, o liberado a se mover nas duas zonas, a meio caminho da autoridade e do delito.
Com exceção de François Fratellini, que fazia um aéreo clown branco, cheio de graça e amabilidade, incapaz de usar o tom acre da gozação para um mais fraco, todos os clowns brancos eram homens muito duros. Diz-se que Antonet, um afamado clown branco, fora de cena nunca dirigiu a palavra a Beby, que era o seu augusto. O personagem influenciava o homem e vice-versa. Uma das regras do jogo é que o clown branco tem de ser malvado. Ele dá bofetadas.
O augusto: - Tenho sede.
O clown branco: - Tem dinheiro?
O augusto: - Não.
O clown branco: - Então não tem sede.
Outra tendência do clown branco é explorar o augusto, não apenas como objeto de burla, mas como serviçal. Neste ponto, é característico este início: - Não tens que fazer nada, eu faço tudo. – E o clown branco manda o augusto pegar as cadeiras, pondo-lhe a fela sob o traseiro.
O clown branco é um burguês, que de entrada procura surpreender com sua aparência de rico, poderoso, maravilhoso. O rosto é branco, espectral, franze as sobrancelhas, a boca é assinalada por um só traço, duro, antipático, frio, desigual. Os clowns brancos sempre competiram para ficar com o traje mais luxuoso na luta dos figurinos. Célebre foi Theodore, que possuía uma roupa para cada dia do ano.
O augusto, pelo contrário, faz um tipo único que não muda nem pode mudar de roupa. É o mendigo, o menino, o esfarrapado...
A família burguesa é uma junta de clowns brancos, em que a criança se vê relegada à condição de augusto. A mãe diz: Não faças isso, não faças aquilo... Quando se convidam os vizinhos e se pede à criança que diga uma poesia – Mostra a esses senhores como... – é uma típica situação de circo.

Ser augusto é bom para a saúde

O clown branco assusta as crianças por representar o dever ou, empregando uma palavra na moda, a repressão.
A criança se identifica de saída com o augusto, na medida em que esse se parece com um patinho feio ou um cachorro e é maltratado, e por isso quebra os pratos, se retorce no chão, se atira baldes d'água no rosto. É o que a criança gostaria de fazer e os clowns brancos, os adultos, a mãe, a tia, impedem que faça.
No circo, através do augusto, a criança pode imaginar que faz tudo o que está proibido, se vestir de mulher, armar surpresas, gritas, dizer em voz alta o que pensa.
Aqui ninguém te repreende. Pelo contrário, te aplaudem.

(...)
Minha cidadezinha se transforma num toldo

A chegada do circo durante a noite, na primeira vez que o vi, ainda criança, teve o cunho de uma aparição. Um mundo novo, não precedido por nada. Na noite anterior não existia e, na manhã seguinte, ali estava, diante da minha casa.
De saída, pensei se tratar de um barco desproporcional. Logo a invasão, pois foi isso, uma invasão, estava ligada com algo de marinho, uma pequena tribo pirata.
Então, além do medo, o fascínio pelo clown, surgido desse clima marinho, foi definitivo.
Ao clown principal, Pierino, vi na pequena fonte, no dia seguinte à estréia. Poder tocá-lo, ser ele!
Totó, seu irmão, era um clown branco pobre. Trabalhava com uma camisa, uma gravata e umas calças de fustão.
Fazer rir me pareceu algo extraordinário, uma sorte, um privilégio.
No espetáculo de domingo à tarde, sem o toldo, perto da cadeia, os presidiários gritavam atrás das grades. Totó se dirigiu duas vezes a eles. Como um clown branco, fazia outros augustos infelizes.
Daquele momento em diante, minha cidade se transformou insensivelmente num grande toldo. Sob esse estavam os augustos, junto com o prefeito e o chefe fascista local vestidos de clowns brancos.
A insatisfação que os clowns brancos traziam, também se podia achar em figuras dementes da cidade, sobretudo os augustos, mais que os clowns brancos. Essas figuras eram lembradas em casa como bichos-papões. "Se não comes o espinafre, vais ficar como o Giudizio" – dizia minha mãe.
Giudizio era justamente um augusto de circo. Um capote militar cinco ou seis vezes maior que o corpo, sapatos de borracha branca até no inverno, uma manta de cavalo nos ombros. Mas possuía sua dignidade, como o mais esfarrapado dos palhaços. Fitava um Isotta Fraschini resplendente e, com uma bagana nos lábios presa por um alfinete, afirmava: "Nem de presente, ficaria com ele."
Mas o clown branco, com seu encanto lunar, a elegância noturna, espectral, lembrava a fria autoridade de algumas monjas diretoras de asilos; ou a certos fascistas pretenciosos, com as brilhantes sedas negras, os alamares dourados, o rebenque (como a pazinha do clown), os capotões, o fez e os adornos militares, homens ainda jovens com os rostos pálidos dos capangas, dos notívagos.

(...)

O jogo do clown branco e do augusto

O mundo, não só na minha cidade, está povoado de clowns.
Quando estive em Paris para este filme, imaginei uma seqüência, que depois não rodei, em que, andando de táxi, de tanto falar nos clowns, podia-se vê-los na rua. Velhas ridículas com chapéus absurdos, mulheres com sacolas de plástico na cabeça para se proteger da chuva, chapéus e casacos que encolheram, homens de negócios com pastas típicas e um bispo, de aspeto embalsamado, sentado num auto junto ao nosso.
Se me imagino um clown, creio que sou um augusto. Mas também um clown branco ou, talvez, o diretor do circo. O médico de loucos que, por sua vez, enlouqueceu.
Continuemos a prova. Gadda era um belo augusto. Mas Piovene é um clown branco. Moravia, um augusto que desejaria ser branco. Melhor, é um Monsier Loyale, o diretor do circo, procurando conciliar as duas tendências e se manter num terreno objetivo, imparcial. Pasolini é um clown branco do tipo engraçado e sabichão. Antonioni é um augusto desses silenciosos, murchos, tristes. Parise pode ser tudo, um augusto mendigo, sempre meio bêbado, e também um clown branco impertinente, acerado, misógino, dos que esbofeteiam o augusto sem mesmo lhe dar uma explicação.
Picasso? Um augusto triunfal, presunçoso, sem complexos, que sabe fazer tudo e no fim é quem vence o clown branco. Einstein, um augusto sonhador, encantado, que não fala, mas no último instante tira, cândido, do bolso a solução do enigma proposto pelo atilado clown branco. Visconti, um clown branco de grande autoridade, cujo faustoso traje impressiona. Hitler, um clown branco. Mussolini, um augusto. Pacelli, um clown branco. Roncalli, um augusto. Freud, um clown branco. Jung, um augusto.
O jogo é tão certo que, se te vês por acaso ante um clown branco, tendes a ser um augusto, e vice-versa.
O chefe de produção da minha fita era um clown branco. Assim, os outros no convertíamos em augustos. Apenas a aparição de um clown branco mais ameaçador, o fascista, nos transformava também em clowns brancos, desde o momento em que lhe respondíamos, disciplinados, com a saudação romana.
Apenas a destrambelhada aparição de Giovannone, o augusto que assustava as camponesas lhes mostrando o membro como uma lebre morta, surpreso de conviver com esse inquilino que aceitava, nos mudava em clowns brancos quando lhe dizíamos: "Mas o que estás fazendo, Giovannone?"
Até na missa essa relação tinha lugar. Acontecia entre o sacerdote e alguns sacristães, que andavam entre os bancos da igreja interrrompendo o rito, com olhos apagados e alcoolizados, a pedir esmola."

Espio ao redor. Percebo augustos e brancos. E me volto para mim mesma e vejo: peleando e abraçados, um augusto e um branco.

E você é Branco ou Augusto ?

quarta-feira, março 12

EM BUSCA DE UMA LITERATURA INFANTIL DE QUALIDADE













EM BUSCA DE UMA LITERATURA INFANTIL DE QUALIDADE
por Léo Cunha

Introdução
Teatro e Literatura caminham sempre muito próximos, principalmente quando a ponte é o texto. Teatro é literatura. Literatura dramática. Um texto grávido de um espetáculo teatral, por isso considerado um texto intermediário que se completa no palco - ou no imaginário do leitor. Por isso o que Léo Cunha nos fala dos textos dos livros infantis se aplicam em sua totalidade ao texto teatral infantil.
carlos augusto nazareth

Mas o que vem a ser, afinal, a boa literatura infantil?

Existem hoje, no mercado brasileiro, mais de 5 mil livros catalogados como literatura infantil e mais 3 mil considerados juvenis. Além disso, centenas de novos títulos são publicados anualmente, por quase 100 editoras de todo o país. Será possível conhecer todo este acervo? Será viável? A resposta parece ser negativa, principalmente se considerarmos que várias das editoras não têm distribuição em todo o território nacional.

Mas outra pergunta parece ainda mais relevante: será preciso conhecer todos estes livros? Mais uma vez, a resposta é não. Afinal (como acontece aliás em toda e qualquer forma de arte) uma boa parte destes títulos é de qualidade discutível, em termos de qualidade literária, qualidade das ilustrações, produção gráfica, ideologia, etc... Mais importante que conhecer uma enorme quantidade de livros, portanto, é ser capaz de analisar e discutir a qualidade das obras a que se tem, efetivamente, acesso.

Mas o que vem a ser, afinal, a boa literatura infantil? É evidente que os critérios aqui apresentados têm um viés pessoal, mas, de modo geral, correspondem ao que a maioria dos teóricos vêm apontando.

a) Em primeiro lugar, o bom livro é aquele que aposta na inteligência da criança. É fundamental ter sempre em mente que a criança é menor somente em idade e tamanho. Quando se trata de inteligência, sensibilidade, criatividade, emoção, ela empata – e freqüentemente goleia – o adulto. É mais aberta e disponível para surpresas, abraça melhor as novas idéias. A menos que já tenha sido condicionada a engolir obras menos elaboradas, moralistas, ou toda esta produção em série que o mercado despeja e o adulto (pai, tio, professor) endossa.

Assim, o leitor deve desconfiar de livros que tentam explicar tudo (fatos, acontecimentos, mudanças, causas e conseqüências, etc) tim-tim por tim-tim para o leitor. Há boas chances de o autor estar duvidando da capacidade de compreensão e raciocínio da criança.

Como já foi lembrado no início deste capítulo se você achar o livro bobo, simplório, a criança quase certamente vai concordar.

b) O livro infantil deve ser Literatura – ou seja, Arte – antes de mais nada. Se um livro está mais preocupado em ensinar alguma coisa do que em contar uma história (ou tecer um poema), mau sinal. O autor deve estar confundindo Literatura com Pedagogia, com Catecismo, com Educação Moral e Cívica...

Existem muitos livros, catalogados como literatura infantil, onde a história serve de pretexto para o autor ensinar o leitor a escovar os dentes, evitar piolhos, plantar árvores, cuidar das baleias, honrar a bandeira nacional, etc e tal. É claro que todas estas atividades são dignas e nobres, mas ensiná-las não é dever do escritor. Fanny Abramovich, no livro “Literatura Infantil - gostosuras e bobices”, lembra que

"é através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Por que, se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser Didática.”

Didatismo e moralismo não combinam nem com a literatura nem mesmo com as perspectivas mais modernas da educação. O sócio-interacionismo, por exemplo, afirma que o professor não deve dar a resposta pronta ao aluno, e sim instigá-lo a encontrá-la. Além disso, na pré-escola, o professor deve brincar junto com o aluno, ser mais um na brincadeira e não chegar para resolver os conflitos, pois o aprendizado acontece através da ação e não de conselhos ou outro tipo de ensinamento disfarçado.

É automático o paralelo com o livro infantil. Ele não pode dar respostas prontas, morais-da-história. Da mesma forma, o livro deve ser fonte de prazer e descoberta, deve ser mais um na brincadeira, possibilitando à criança viajar, imaginar, refletir, criar.

O livro moralista ou com interesse pedagógico acaba se assemelhando a mais uma disciplina, mais um ensinamento, mais uma lição a ser aprendida obrigatoriamente e da maneira mais convencional.

Por outro lado, um livro não-moralista não significa um livro amoral, ou imoral. Não significa, também, que o autor deva ser omisso, ou não tenha o direito de expressar opiniões e pontos de vista. Em toda obra de arte, estará presente, inevitavelmente, a visão de mundo do artista.

c) Outra característica da boa literatura infantil é tratar a criança sem paternalismo, sem condescendência. Livros infantis recheados de inhos (a menininha bonitinha que estava brincando no parquinho...) pensam estar facilitando a leitura, tornando-a mais agradável, ou mais próxima do leitor, sem perceber que a própria criança não usa nem abusa desses expedientes.

Existem exceções, é claro, mas apenas para confirmar a regra. É o caso da linda história “A pontinha menorzinha do enfeitinho do fim do cabo da colherzinha de café”, onde Elvira Vigna usa os diminutivos reiterados com a intenção de revelar, pouco a pouco, os esforços da personagem principal para tratar de um passarinho.

O paternalismo também surge quando o livro pasteuriza uma questão difícil – seja a morte, a religião, a inveja, a ecologia, os palavrões – e a narra de maneira superficial, apresentando soluções simplistas, forçadas. Fanny Abramovich, na obra citada acima, sugere a melhor maneira de tratar qualquer assunto:

"sem medo, sem reservas, sem fugir das questões principais ou fazer de conta que não existem... Ou colocando num parágrafo – cheio de evasivas – mil explicações, às vezes até confusas ou atabalhoadas, não dando nem tempo para que a criança-leitora pense, elabore, resolva, se identifique, concorde, discorde, critique, negue, etc, a forma como tal ou qual questão está sendo explicada/proposta/vivida/ resolvida/lidada."

Já tive a oportunidade de conversar com muitos alunos e professores que leram meu livro “Pela estrada afora”, e um grande mérito que eles costumam perceber no texto é justamente a forma franca e verdadeira – mas não pesada – como tratei de temas difíceis e doloridos (a morte e o palavrão).

Não custa lembrar, ainda, que as tentativas de facilitação da história funcionam como facas de dois gumes. Livros fáceis costumam ser lidos rapidamente e esquecidos ainda mais depressa. O ecritor francês Paul Valéry repetia sempre que, em toda a sua vida, os livros que o marcaram apresentavam algum nível de dificuldade durante a leitura.

d) Nenhum livro tem obrigação de ser ousado, ou inovador. Mas, de forma geral, os melhores livros infantis, os que marcam, são aqueles que revelam uma preocupação do autor (e do ilustrador) em fugir ao óbvio, ao corriqueiro. Seja na linguagem, seja na escolha do tema, seja na estrutura narrativa, essa postura foge às fórmulas consagradas, aos modismos, e cria obras únicas.

Os modismos são uma verdadeira praga na indústria da literatura infantil. Se um livro com o tema “adolescente grávida” começa a fazer sucesso entre os jovens, várias editoras se sentem tentadas (ou mesmo obrigadas) a publicarem livros com o mesmo tema. Se a onda é “troca de correspondência”, logo surge uma enxurrada de livros do gênero. Isso se repete com os temas mais variados: separação dos pais, uso de drogas, ecologia, dinossauros, duendes, anjos, etc.

O problema é que estas fórmulas costumam se esgotar rapidamente, o interesse pelo assunto – que era efêmero – entra em baixa, é substituído por outros e, como resultado, o mercado fica abarrotado de livros menos ou mais parecidos sobre aquele tema. De modo geral, apenas uma minoria desses acaba resistindo ao tempo. Justamente os que possuem qualidade literária.

Ora, para pensar a literatura infantil como algo mais do que um produto da "indústria cultural", para considerá-la e desejá-la uma arte que crie obras razoavelmente duradouras, que alcancem alguma permanência no tempo, deve-se estar atento para estes livros cuja preocupação é claramente aproveitar um filão, entrar na onda.

Outro engano digno de nota é imaginar que a criança só se interessa por livros engraçados, divertidos. É claro que o humor facilita a aceitação de um livro, mas não pode virar receita de bolo. Na literatura infantil, mestres do humor como Sylvia Orthof, João Carlos Marinho, Edy Lima, Eva Furnari, Elvira Vigna, José Paulo Paes e Fanny Abramovich sabem que o humor, por si só, não basta: piadas são engraçadas, mas nem por isso são literatura. Uma boa história, ou um bom poema, precisam estar por trás da graça.

Por outro lado, um livro sério, profundo, tenso, ou mesmo triste, pode ser apreciado pelas crianças, mesmo que não satisfaça essa procura da criança pelo humor (ou outros desejos). Para isto, ele deve possuir outras qualidades literárias, seja a poesia, a fantasia, a ambigüidade poética, o estranhamento do óbvio. A literatura infantil brasileira tem exemplos e mais exemplos de autores que apostam freqüentemente nesta trilha: Bartolomeu Campos Queirós, Vivina de Assis Viana, Antônio Barreto, Joel Rufino, Mirna Pinsky, Sérgio Caparelli, Lino de Albergaria, Roseana Murray, Celso Sisto, Roger Mello, e outros tantos.

Este texto é um trecho do artigo “Literatura Infantil e Juvenil”, do livro “Formas e Expressões do Conhecimento”, editado pela Escola de Biblioteconomia da UFMG em 1998. Traz algumas considerações sobre os livros infantis no Brasil.

SITE OFICIAL DO ESCRITOR LEO CUNHA
http://www.leocunha.jex.com.br/

segunda-feira, março 10

NECESSITAMOS VOAR !


Para cada mulher forte cansada de aparentar debilidade,
há um homem débil cansado de parecer forte.

Para cada mulher cansada de ter que agir como tonta,
há um homem agoniado por ter que aparentar saber tudo.

Para cada mulher cansada de ser qualificada como “ser emotivo", há um homem a quem se tem negado o direito de chorar e ser “delicado”.

Para cada mulher catalogada como pouco feminina quando compete,
há um homem obrigado a competir para que não d se duvide de sua masculinidade .

Para cada mulher cansada de ser um objeto sexual,
há um homem preocupado com sua potência sexual.

Para cada mulher sem acesso a emprego ou a um salário satisfatório,
há um homem que deve assumir o sustento de outro ser humano.

Para cada mulher que desconhece os mecanismos do automóvel,
há um homem que não aprendeu os segredos da a arte de cozinhar.

Para cada mulher que dá um passo em direção à sua liberação,
há um homem que redescobre o caminho da liberdade.

A Humanidade possui duas asas:
Uma é a mulher, a outra é o homem.

Enquanto as asas não estiverem igualmente desenvolvidas.

A HUMANIDADE NÃO PODERÁ VOAR
NECESSITAMOS UMA NOVA HUMANIDADE
NECESSITAMOS VOAR !

Agora, mais do q que nunca, a causa da mulher é a causa de toda a HUMANIDADE.
B. Boutros Ghali.


Uma ótima semana!!
Val

domingo, março 9

Como conhecer o cérebro dos disléxicos

Artigo muito interessante!!!

Como conhecer o cérebro dos disléxicos - Vicente Martins
A dislexia é tema de novela da Globo. O papel de disléxica em "Duas Caras" cabe à atriz Bárbara Borges, que vive Clarissa, uma jovem que tem o sonho de ser juíza, mas sempre enfrentou dificuldades leitoras. Com o apoio da mãe, ela passará no vestibular para o curso de direito. Assim como Clarissa, os disléxicos são pessoas normais que, surpreendentemente, no período escolar, apresentam dificuldades em leitura e, em geral, problemas, também, com a ortografia e a organização da escrita. Como ajudar pais, especialmente mães, de disléxicos? O presente artigo mostra como os pais, docentes e psicopedagogos, conhecendo o cérebro dos disléxicos, poderão ajudá-los a ler e compreender o texto lido. A leitura, como sabemos, seja para disléxicos ou não, é uma habilidade complexa. Não nascemos leitores ou escritores. O módulo fonológico é o único, no genoma humano, que não se desenvolve por instinto. Realmente, precisamos aprender a ler, escrever e a grafar corretamente as palavras, mesmo porque as três habilidades lingüísticas são cultural e historicamente construídas pelo homo sapiens.
A leitura só deixa de ser complexa quando a automatizamos. Como somos diferentes, temos maneiras diferentes de reconhecer as palavras escritas e, assim, temos diferenças fundamentais no processo de aquisição de leitura durante a alfabetização. Esse automatismo leitor exige domínios na fonologia da língua materna, especialmente a consciência fonológica, isto é, a consciência de que o acesso ao léxico (palavra ou leitura) exige conhecimentos formais, sistemáticos, escolares, gramaticais e metalingüísticos do princípio alfabético do nosso sistema de escrita, que se caracteriza pela correspondência entre letras e fonemas (vogais, semivogais e consoantes). A experiência de uma alfabetização exitosa é importante para nossa educação leitora no mundo povoado de letras, literatura, poesia, imagens, ócones, símbolos, metáforas e diversidade de mídias e textos.
A compreensão do valor da leitura em nossas vidas, especialmente, na sociedade do conhecimento, é base para desmistificarmos o conceito inquietante da dislexia e do cérebro dos disléxicos. A dislexia não é doença, mas compromete o acesso ao mundo da leitura. A dislexia parece bloquear o acesso de crianças especiais à sociedade letrada. Deixa-os, então, lentas, dispersas, agressivas e em atraso escolar. Os docentes, pais e psicopedagogos que lidam com disléxicos devem seguir, então, alguns princípios ou passos para atuação eficiente com aqueles que apresentam dificuldades cognitivas na área de leitura, escrita e ortografia. Vamos descrever cada um deles a seguir.
O primeiro princípio ou passo é o de se começar pela descrição e explicação da deslexia. Uma criança com deficiência mental, por exemplo, não pode ser apontada como disléxica, porque a etiologia de sua dificuldade é orgânica, portanto, de natureza clínica e não exclusivamente cognitiva ou escolar. Claro, é verdade que um adulto, depois de um acidente vascular cerebral, poderá vir apresentar dislexia. Nesse caso, trata-se, realmente, de uma dislexia adquirida, de natureza neurolingüística e que só com o apoio médico é que podemos intervir, de forma plurisdisciplinar e, adequadamente, nesses casos.
Assim, tanto para a dislexia desenvolvimental (também chamada verdadeira porque uma criança já pode herdar tal dificuldade dos pais) como para a dislexia adquirida (surge após um AVC ou traumatismo), importante é salientar que os docentes, pais e psicopedagogos, especialmente estes últimos, conheçam melhor os fundamentos psicolingüísticos da linguagem escrita, compreendendo, assim, o processo aquisição da habilidade leitora e os processos psicológicos envolvidos na habilidade. Realmente, sem o conhecimento da arquitetura funcional, do que ocorre com o cérebro dos disléxicos, durante o processamento leitor, toda intervenção corre risco de ser inócua ou contraproducente.
Os processos leitores que ocorrem nos cérebros dos leitores, proficientes ou disléxicos, podem ser descritos através de quatro módulos cognitivos da leitura: (1) módulo perceptivo , como o nome sugere, refere-se à percepção, especialmente a visual, importante fator de dificuldade leitora; (2) módulo léxico , nesse caso, refere-se, por exemplo, ao traçado das letras e a memorização dos demais grafemas da língua (por exemplo, os sinais diacríticos como til, hífen etc.); (3) módulo sintático , este, tem a ver com a organização da estruturação da frase, a criança apresenta dificuldade de compreender como as palavras se relacionam na estrutura das frases (4) módulo semântico , este, diz respeito, pois, ao significado que traz as palavras nos seus morfemas (prefixos sufixos etc.)
Não é uma tarefa fácil conhecer o cérebro dos disléxicos. Por isso, um segundo passo é o aprofundamento dos fundamentos psicolingüísticos da lectoescrita. A abordagem psicolingüística (associando a estrutura lingüística dos textos aos estados mentais do disléxico) é um caminho precioso para o entendimento da dislexia, uma vez que apresenta as conexões existentes entre questões pertinentes ao conhecimento e uso de uma língua, tais como a do processo de aquisição de linguagem e a do processamento lingüístico, e os processos psicológicos que se supõe estarem a elas relacionados. Aqui, particularmente é bom salientar que as dificuldades lectoescritoras são específicas e bastante individualizadas, isto é, os disléxicos são incomuns, diferentes, atípicos e individualizados com relação aos demais colegas de sala de aula bem como aos sintomas manifestados durante a aquisição, desenvolvimento e processamento da linguagem escrita.
Nessas alturas, todos que atuam com os especiais devem pensar o que pode estar ocorrendo com os disléxicos em sala de aula. Os métodos de alfabetização em leitura levam em conta as diferenças individuais? Os métodos pedagógicos, com raras exceções, se propõem a ser eficientes em salas de crianças ditas normais, mas se tornam ineficientes em crianças especiais. Por isso, cabe aos docentes, em particular, e aos pais, por imperativo de acompanhamento de seus filhos, entender melhor sobre os métodos de estudos adotados nas instituições de ensino. Os métodos de alfabetização em leitura são determinantes para uma ação eficaz ou ineficaz no atendimento educacional especial aos disléxicos, disgráficos e disortográficos. A dislexia é uma dificuldade específica em leitura, e como tal, nada mais criterioso e necessário do que o entendimento claro do processo da leitura ou do entendimento da leitura em processo.
Não menos importantes do o entendimento dos métodos de leitura, adotados nas escolas, devem ser objeto de preocupação dos educadores, pais e psicopedagogos, as questões conceituais, procedimentais e atitudinais sobre a dislexia, disgrafia e disortografia. O que pensam as escolas sobre as crianças disléxicas? O que sabem seus professores e gestores educacionais sobre dislexia? Mais do que simples rótulos das dificuldades de aprendizagem da linguagem escrita, a dislexia é uma síndrome ou dificuldade revestida de conceitos lingüísticos, psicolingüísticos, psicológicos, neurológicos e neurolingüísticos fundamentais para os que vão atuar com crianças com necessidades educacionais especiais. Reforça-se, ainda, essa necessidade de compreender, realmente, o aspecto pluridisciplinar da dislexia, posto que muitas vezes, é imperiosa a interlocução com outros profissionais que cuidam das crianças, como neuropediatras, pediatras, psicólogos escolares e os próprios pais das crianças.
Na maioria dos casos de dislexia, disgrafia e disortografia, a abordagem mais eficaz no atendimento aos educandos é a psicopedagógica (ou psicolingüística, para os lingüistas clínicos) em que o profissional que irá lidar com as dificuldades das crianças aplicará à sua prática educacional aportes teórico-práticos da psicopedagogia clínica ou institucional aliados à pedagogia e à psicologia cognitiva e à psicologia da educação. São os psicolingüistas que se voltam para a explicação da dislexia e suas dificuldades correlatas (disgrafia, dislexias). Hipóteses como déficits de memória e do princípio alfabético (fonológico) são apontados, pelos psicolingüistas, como as principais causas da dislexia.
O terceiro passo para os que querem entender mais sobre dislexia é dar especial atenção à avaliação das dificuldades lectoescritoras. A avaliação deve ser trabalhada como ato ou processo de coletar dados a fim de se melhor entender os pontos fortes e fracos do aprendizado da leitura, escrita e ortografia dos disléxicos, disgráficos e disortográficos. Enfim, atenção dos psicopedagogos deve dirigir-se à avaliação das dificuldades em aquisição da linguagem escrita. Nesse sentido, um caminho seguro para a avaliação da dislexia, disgrafia e disortografia é pela via do reconhecimento da palavra. O reconhecimento da palavra começa pela identificação visual da palavra escrita. Depois do reconhecimento da palavra escrita, deve ser feita avaliação da compreensão leitora, especialmente no tocante à inferência textual, de modo que levando a efeito tais procedimentos, ficarão mais explícitas as duas etapas fundamentais da leitura e de suas dificuldades: decodificação e compreensão leitoras.
O quarto e último passo para o desenvolvimento de estratégias de intervenção nos educandos com necessidades educacionais especiais em leitura, disgrafia e disortografia é o de observar qual dos módulos (perceptivo, léxico etc.) está apresentando déficit no processamento da informação durante a leitura. Portanto, é entendermos como o cérebro dos disléxicos funciona durante o ato leitor . Neste quarto passo, é imprescindível um recorte das dificuldades leitoras. A dislexia não é uma dificuldade generalizada de leitura, ou seja, não envolve todos os módulos do processo leitor.
Descoberto o módulo que traz carência leitora, através de testes simples como ditado de palavras familiares e não-familiares, leitura em voz alta, questões sobre compreensão literal ou inferência textual, será mais fácil para os psicopedagogos, por exemplo, atuar para compensar ou sanar, definitivamente, as dificuldades leitoras que envolvem, por exemplo, aspectos fonológicos da decodificação leitora e da codificação escritora: o princípio alfabético da língua materna, isto é, a correspondência letra-fonema ou a correspondência fonema-letra.
Se o que está afetado refere-se ao campo da compreensão, os psicopedagogos poderão propor atividades com conhecimentos prévios para explorar a memória de longo prazo dos disléxicos que se baseia no conhecimento da língua, do assunto e do mundo (cosmovisão). Quando estamos diante de crianças disléxicas com as dificuldades relacionadas com a compreensão estamos, decerto, diante de casos de leitores com hiperlexia, parafasia, paralexia ou, se estão, também, superpostas dificuldades em escrita, ao certo, estaremos diante de escritores também hiperlexia, parafasia, paragrafia, termos clínicos, mas uma vez explicados, iluminarão os psicopedagogos que atuam com disléxicos e disgráficos. A paralexia é dificuldade de leitura provocada pela troca de sílabas ou palavras que passam a formar combinações sem sentido. A parafasia é distúrbio da linguagem que se caracteriza pela substituição de certas palavras por outras ou por vocábulos inexistentes na língua. A ciência e a terminologia, realmente, apontam, mais, claramente, as raízes dos problemas ou dificuldades na leitura, escrita e ortografia.

segunda-feira, março 3



Recebi, gostei e postei!!!

"Numa manhã de Outono, ainda bem cedo pela alvorada
uma amazona passeia pela praia manipulando sua energia.
Os elementos da natureza se reunem neste local de magia
permitindo uma integração, uma união Natureza-Homem."
Uma semana radiante de amor...
Val